Por linhas e entrelinhas
Roteiro do sul
Grândola → Messines
Sábado 9 abril de 2022
Intercidades – Duração de 1h19m de viagem
Não só pelo fato do combustível, atingir preços absurdos, mas também por sempre ter gostado de viajar de comboio, escolhi este meio de transporte para ir visitar a família ao Algarve.
A poupança é enorme, o desgaste do carro, gasolina e portagens, fiz 30 km até á estação de Grândola e paguei 19 euros ida e volta, (nem as portagens pagaria por este valor).
À hora marcada, avisto o comboio e oiço o buzinar, no altifalante dizem; “Senhores passageiros, vai dar entrada na linha número 2, o comboio com destino a Faro”.
Entro e procuro o meu lugar, o comboio vai cheio, ouvem-se grupos de jovens na brincadeira, turistas a rir e idosos à procura de um momento de atenção.
Ciclistas, estrangeiros que passeiam descalços entre carruagens, degustam uma sandes, um sumo ou um pacote de batatas fritas, casais que namoram e apreciam a paisagem, existe um pouco de tudo nesta viagem rumo ao sul.
O meu lugar estava ocupado e nem estive para me chatear e incomodar dois miúdos que tão alegremente partilhavam música e sentei-me no único lugar que estava disponível, preparei a minha playlist, caderno e inspirei-me para escrever este roteiro.
Isto, porque me veio à ideia, como é importante, não se perder esta cultura ferroviária que nos acompanha há tantos anos e foi tão importante para o desenvolvimento do nosso país. Felizmente, atualmente já se recuperam alguns míticos troços, estações centenárias, locomotivas e comboios deixados ao abandono e ainda com tanto potencial, para além de novo material circulante, que estão a ser adquiridos através de fundos europeus.
Os caminhos de ferro em Portugal, foram inaugurados a 28 de outubro de 1856, com o troço entre Lisboa e Carregado, mas com a 1ª e 2ª guerra mundial, o transporte ferroviário, entrou em declínio e passou grandes dificuldades económicas, o que levou ao encerramento de mais de 700 km de linhas entre 1986 e 1995, tendo sido substituído progressivamente, pelo transporte rodoviário e aéreo.
Devido a estas dificuldades financeiras, sentidas pelas empresas, centraram-se todas na mesma companhia, a Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses (CP), em 1947.
Quando fiz a compra online do bilhete, aproveitei para navegar no site e fiquei impressionada, com a quantidade de campanhas e roteiros existentes.
- Desconto de 50% família e amigos
- Desconto de 50% trainsharing
- 25% desconto jovens e cartão jovem
- Desconto em compras antecipadas e desconto ida e volta
- Desconto de 50% para crianças
- Desconto de 50% para seniores
- Desconto para viagem em grupos
- Parcerias com hoteis, etc...
Fiquei com interesse em fazer o Percurso Celta que liga Porto → Vigo, com paragens em Nine, Viana do Castelo e Valença, onde podemos desfrutar das mais belas paisagens minhotas.
Outro roteiro que me chamou a atenção, que irá ter uma edição especial na Páscoa, (mas que infelizmente não terei disponibilidade para participar), é o do Comboio Histórico do Vouga a vapor.
Existem muitos outros roteiros como;
- Comboio Vintage do Tejo
- Rota de Tomar
- Rota dos Avieiros
- Rota das uvas sem grainha
- Rota das vinhas do Pó
- Rota do Azeite e do Vinho Alentejano
- Rota da Bairrada
Agora vou beber um cafezinho, ali à locomotiva bar, numa bela esplanada com sofá e apreciar a vista de cortar a respiração, através destas janelas panorâmicas.
Adorei esta viagem, confortável, posso esticar as pernas, tenho ar condicionado e não preciso me desgastar no trânsito, apesar de adorar conduzir, sabe sempre bem, usufruir da viagem de forma diferente.
Incentivo todos a viajar mais de comboio, poder descansar, ler, ouvir música, passear com os filhos, trabalhar ou simplesmente escrever um post para o blog e acima de tudo poupar algum dinheiro.
Com tudo isto, passou o tempo a voar e por pouco, não saia a tempo em Messines.








