Existem várias teorias sobre a origem do "Dia do Pai".
Há quem diga que a data teve origem na Babilónia, há mais de 4 mil anos, onde reza a lenda que o filho do rei terá criado o primeiro postal do Dia do Pai.
Há quem diga que a celebração teve origem nos Estados Unidos em 1909, quando Sonora de Spolane ouvia um sermão no feriado do Dia da Mãe e teve a ideia de homenagear o seu pai.
Em Portugal o Dia do Pai é celebrado a 19 de março, dia de São José, o Pai de Jesus.
Pai, representa o masculino. A força de ir para a vida, segurança, confiança e coragem.
Com o pai aprendemos a dizer não, a reter o dinheiro. Ganhamos foco, objetivos e propósito na vida.
O Dia do Pai, sempre foi uma altura difÍcil para mim.
Na minha infância, ser filha de pais separados, não era algo tão normal como infelizmente é atualmente.
Por norma, os colegas e amigos, tinham pena de nós, não é ramos crianças iguais às outras. Achavam estranho não vivermos com o nosso pai.
Sempre banalizei essa questão, para mim, eu era uma criança igual a todas as outras. Mas hoje sei que não!
Hoje tenho perfeita consciência de que crescer sem um pai deixa feridas, traumas e crenças.
Apesar de ter tido um maravilhoso padrasto, ninguém substitui um pai. Muito menos quando um filho se sente abandonado, rejeitado.
E apesar de fazer-me de forte, chorava imenso, de cada vez que fazíamos na escola, aqueles presentes especiais para o Dia do Pai, que acabava sempre por oferecer à minha mãe...
O tema Pai, foi, até recentemente, tema quase tabu na minha vida.
Desde os 6 anos que lhe perdi o contacto e até ele partir para "outro plano", pouco ou nada pensava no meu progenitor.
Arrumei essa parte dolorosa da minha história, numa gaveta bem escondida do meu inconsciente, na ilusão de que não afetaria toda a minha vida.
Apesar de tentar tapar a ferida, ela apenas foi crescendo ao longo dos anos.
Desde aquela altura, quando tinha 13 anos e desabafava no meu diário, a revolta que sentia cá dentro, por o meu pai nunca me ter procurado...
Não ter conhecido os meus amigos e namorados.
Não ter estado lá nos momentos mais marcantes da minha vida.
Com o trabalho de Autoconhecimento, chegou a também a oportunidade de libertar esse peso da minha vida. De fazer as pazes, mesmo que espiritualmente, com aquele que me deu a vida!
Alimentei demasiado tempo o rancor e o orgulho de não o procurar.
E quando tomei consciência de que isso já não seria possível, caiu-me a ficha.
Escrevi-lhe muitas cartas, criei rezos e orações de perdão e gratidão.
Honrei o menino que foi e aceitei que fez o melhor que podia, com o que tinha.
Aceitei e agradeci por ser o pai perfeito para mim, que me deu a oportunidade de trabalhar o que tenho a trabalhar.
Dediquei-lhe um cantinho no meu altar e criei uma ligação forte energética de amor, paz e harmonia entre o meu pai e a minha criança ferida.
De um lugar de adulta, fui à raíz da ferida, trouxe-a da sombra para a luz e abracei os meus medos mais profundos.
Como não poderia deixar de ser, fica um desafio de Escrita Intuitiva para celebrar este dia.
Se porventura tiveres a felicidade de ter uma relação saudável com o teu progenitor, oferece-lhe um postal e refere o quanto o amas e admiras.
Realça as suas melhores qualidades e compromete-te a passar mais tempo com ele.
A fazer alguma atividade que lhe dê prazer, ou qualquer motivo válido para estarem juntos.
Se, tal como eu, não tiveste sequer uma relação com o teu pai, ou se já tiveste e por circunstâncias da vida se afastaram, se de alguma forma ainda guardar algum ressentimento, é uma boa altura para escreveres uma carta e deitar para fora tudo o que ficou por dizer...
No final podes fazer um pequeno ritual de libertação e perdão e queimar a carta. Com ela todas as mágoas que te pesam de alguma forma.
Se o teu pai já não se encontra entre nós, podes aproveitar a ocasião e criar uma pequena oração escrita no teu diário, uma carta a recordar momentos felizes que passaram juntos, cola fotografias, desenhos...
Usa a imaginação.
Ficam também algumas questões que te convido a refletir no diário. Acredito que tanto o feminino da mãe e o masculino do pai, quando em desarmonia, podem limitar-nos em diferentes áreas da nossa vida, conforme referi mais acima e com base de tudo o que trabalhei e estudei a nível de constelações sistémicas e cura emocional.
Como descreverias o teu Pai, de um olhar de criança ferida?
Como o descreves hoje, duma perspetiva de Adulta(o)?
Como foi a sua vida, a sua infância? Conheces a sua história?
1. Como foi/é a tua relação com o teu Pai?
2. Como a relação com o teu pai se manifesta na realidade?
3. Consegues reter o dinheiro?
4. Tens coragem de arriscar, de ir para a vida?
5. Em lutar pelos teus objetivos?
6. Sabes dizer não, impor limites?
7. Como é a tua relação com o trabalho?
Feliz Dia do Pai a todos os pais!