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Diários de uma Quarentona

EU SOU, os meus pensamentos, valores, hábitos, hobbies e tudo que faço para manter o equilibro físico e mental. Ler, escrever, música, dançar, meditar, cozinhar, estudar e tudo aquilo que me faz feliz.

Diários de uma Quarentona

Bullying

Em 2017, Portugal era o 15º país com mais relatos de “bullying” na Europa e América do Norte.
Entre 31% a 40% dos adolescentes portugueses, com idades entre os 11 e os 15 anos, confirmaram ter sido intimidados na escola, pelo menos uma vez.

Não podia deixar passar este assunto, depois dos stories da Catarina Leonardo, sobre bullying.

Senti este chamado, pois acho que é meu dever, partilhar a minha experiência sobre este crime horrendo.

Este é um tema, cada vez mais preocupante e pertinente. Não podemos nos iludir ou achar que são termos da moda.

O “bullying” sempre existiu, contudo, não tinha nome. Eram apenas "miúdos mal comportados".

Apesar de ainda não ser considerado um crime público, é devidamente punido como ofensa à integridade física e mental.

É importante sensibilizar os pais, para estarem atentos aos sinais e para não minimizarem, qualquer tipo de abuso ou sinal que detetem.

Reportem, façam queixa e acima de tudo, apoiem as crianças, façam com que se sintam à vontade para falar, se sintam apoiadas, seguras e amadas.
Nem que todos os dias, alguém tenha que os ir levar e buscar à escola, como fiz durante tantos meses.

Sim, falo por conhecimento de causa.
Sei, por experiência própria, as mazelas que este tipo de situação e comportamento, causam no desenvolvimento de uma criança e em toda a sua vida.
Sofri de bullying na escola, por ter uns kilos a mais, ouvia as maiores atrocidades.

O André tem hoje 21 anos.
Tem poucos amigos e um longo caminho na recuperação da sua autoestima e confiança.
Encontrei o meu filho certo dia, escondido nas escadas do prédio, quando devia estar nas aulas. Tinha 14 anos na altura.

Achei aquilo muito estranho, não era de faltar às aulas.
Puxei por ele, tentou arranjar uma desculpa esfarrapada que foi o mote para finalmente se abrir comigo e revelar o que se andava a passar.

Nesse ano, colocaram na turma dele, todos os problemáticos e repetentes da escola, como devem calcular, não correu bem....

O meu filho, sempre foi um rapaz tranquilo e reservado, não arranjava problemas, nem se metia com ninguém.
Por esse motivo era abusado, ameaçado e roubado frequentemente.
Chegou a ser agredido na sala de aula.
Obrigavam-no a pedir tabaco fora da escola e até nós entraram em casa para lhe tpuber TUDO!
Objetos pessoas, computador, roupa e calçado.
Por medo, deixou-se render e ficou a ver impotente, levarem-lhe as suas coisas.
Apresentei uma queixa por escrito na escola, que deu o devido seguimento para a policia, Escola Segura e CPCJ. 
Andei atrás de cada um deles e pessoalmente lhes disse que era a última vez que sequer se aproximavam do André.
E assim foi.
Desde aí o meu filho começou a ser mais vigiado na escola e teve algum apoio da psicóloga escolar.

Até aí tudo bem!
Mas e os traumas e crenças que advêm deste tipo de situação? Esses são mais complexos de resolver.
Não é uma queixa que resolve, nem um processo em tribunal que apaga.
O sentimento de fracasso, impotência e cobardia que assolou o meu filho tantos anos, partiu-me o coração...
A culpa que me infligi por não ter estado mais atenta, por não ter percebido mais cedo....
Coisas de mãe e pai que tudo fazem para proteger os filhos.

Por favor, estejam atentos, reportem e não deixem passar qualquer tipo de abusos, por mais insignificantes que possam parecer.
<span;>Como muitos se ouve por aí dizer.... Por ignorância ou desconhecimento apenas...

NÃO! NÃO SÃO SÓ PUTOS A SEREM PUTOS.